Sim, é mesmo verdade! Hoje andámos à volta dos piolhos!
Recebemos na nossa sala uma cientista ou investigadora verdadeira! Estávamos muito entusiasmados por poder ter esta experiência que vem ainda no seguimento do dia de Darwin!
A professora começou a falar de animais fofinhos e ouviu-se muitos "Oh!!" docinhos quando ela falou no panda, no coelhinho, no hamster, no cãozinho, no golfinho... Logo a seguir, as nossas caras mudaram quando a professora disse "piolhos"! Ouviram-se uns "Ugh!" e umas caras muito enjoadas apareceram logo! A justificação é que eram uns bichos nojentos, que faziam cócegas e comichão e que "se alimentavam do nosso sangue", disse o Rodrigo.
Pois, mas a verdade é que íamos passar o dia a falar destes animais de quem ninguém gosta!
Começámos por desenhar como imaginávamos ser um piolho. O João no início estava com muitas dificuldades, dizia que não conseguia mesmo imaginar como era um piolho, mas lá pôs as asas da imaginação a funcionar e o piolho lá apareceu! Havia piolhos redondos, alongados, magros, gordos, pretos, cinzentos roxos , verdes, ... Uns tinham patas, outros não, e o do Kevin tinha asas.
Todos desenharam o seu piolho imaginário e por sugestão de alguém, os piolhos ganharam um nome!
A professora perguntou se existiriam histórias sobre piolhos e ouviram-se as duas respostas. Aproveitámos então para trabalhar a matemática e o Pedro foi ao quadro para registar numa tabela improvisada as respostas. Engraçado! As opiniões dividiam-se exatamente a meio!
Afinal há histórias sobre piolhos, e muitas, pois a professora apresentou vários livros!
Ouvimos a história de um piolho que passeava na careca de um senhor e passámos à parte científica da atividade, para observar um verdadeiro piolho na lupa binocular. Havia dois, um grande e um pequenino.



Os piolhos são um problema pois são parasitas, alimentam-se do sangue dos humanos por isso, só é possível encontrá-los aí. Se caírem da cabeça poderão viver no máximo 48 horas.
Depois veio a pergunta: Porque é que alguns tratamentos para piolhos que a investigadora usava na sua infância agora não removiam os piolhos? A nossa hipótese é que agora as pessoas não tinham tanto tempo e por isso não faziam as coisas tão bem….fossem os champôs ou lavar a cabeça com eles. Mas para perceber o que acontecia fomos fazer uma atividade.
Cada um de nós usou um acetato para fazer de conta que era a sua cabeça. Em cada fila houve pelo menos um de nós que “apanhou” piolhos, mais precisamente uma piolha “grávida”. Para representar os piolhos, cada um de nós recebeu um pau de giz, com o qual desenhou a piolha, e as suas crias (fizemos de conta que eram apenas 10 em cada geração: 5 machos e 5 fêmeas). Rapidamente a cabeça se encheu de piolhos que eram diferentes entre si, piolhos azuis deixavam crias azuis, piolhos rosa deixavam crias rosa, piolhos amarelos deixavam crias amarelas. Mas às vezes havia um piolho que nascia diferente dos pais, como aquele que surgiu na cabeça do Kevin e que foi desenhado com caneta de acetato azul. Como as cabeças estavam perto de outras, logo os piolhos foram passando para outras cabeças, enchendo todas "as cabeças de acetato" de piolhos! Claro que esta tarefa até nos deu comichão na cabeça!
Com tantos piolhos uma das mães deu conta e avisou todas as mães. Combinaram e lavaram as cabeças com champô especial para tratar piolhos e rapidamente o problema desapareceu! As cabeças dos meninos ficaram limpas! Todos os piolhos tinham morrido sem deixar crias. Bem, nem todos! No piolho azul do Kevin o tratamento não fez qualquer efeito! O Kevin nem queria ir para o recreio, ficando a esfregar, a esfregar, quase “rompendo a cabeça" e nada!
Como era resistente aquele champô o piolho azul de acetato conseguiu sobreviver e deixar crias que, como eram iguais a si, eram também resistentes ao champô. O número de piolhos resistentes foi assim aumentando ao longo do tempo. Cada vez que surgia um piolho de giz, era facilmente eliminado pelo champô, mas os de caneta de acetato não. Com o tempo, começaram a surgir variantes de cores novas nos piolhos de caneta de acetato. Tínhamos piolhos, verdes, azuis e vermelhos e não havia forma de nos vermos livres deles. Até que uma equipa de cientistas desenvolveu um novo tratamento. Ao usar esse tratamento os piolhos de caneta de acetato morreram e finalmente conseguimos ter as cabeças limpas! Todas? Todas não…uma das variantes de acetato, a verde, era resistente a este novo champô….
Com esta atividade percebemos como acontece a evolução nas espécies. Os piolhos nas cabeças de acetato foram mudando ao longo das gerações! As variantes que eram sensíveis ao primeiro champô morreram sem deixarem crias, desaparecendo das cabeças! Mas aquela que era resistente sobreviveu e foi deixando descendentes até que, a certa altura, todos os piolhos eram resistentes. Tal como as borboletas e as aves dos filmes que vimos, também os piolhos evoluem."
Nesta atividade fomos depois tentar perceber porque é que há epidemias de piolhos e percebemos que é muito fácil pois cada fêmea pode pôr até 5 ovos por dia durante mais de metade da sua vida que dura cerca de 30 dias.
Percebemos também como é importante que todos vigiem as cabeças regularmente para retirar os piolhos logo que surgem e que as mães avisem a professora para que todas as outras mães possam vigiar e fazer o tratamento ao mesmo tempo. Só assim se conseguirá acabar com os piolhos! Percebemos também que cada um deve ter o seu próprio boné, que estes não devem ser partilhados!
Como vimos a imagem do piolho aumentada no quadro interativo, pudemos representar ao lado dos nossos piolhos imaginários o verdadeiro piolho, representando-o com o corpo dividido em 3 partes, três pares de patas na parte do meio do corpo, uma cor dourada, sendo os machos diferentes das fêmeas.
Ainda sobrou um bocadinho de tempo e escrevemos frases onde alguém matava os piolhos da cabeça de alguém!
Gostámos muito desta atividade, apesar de não gostarmos de piolhos!
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Por Ed Uthman from Houston, TX, USA - Este ficheiro foi extraído de outro ficheiro, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49873075 |
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Por Gilles San Martin - originally posted to Flickr as Male human head louse, CC BY-SA 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11208622 |